Chá de silêncio: simpatia para 2025
cansando de ser eu e algumas resoluções de ano novo
Durante toda a vida a gente faz o corre pra ser cada vez mais a gente. É um tal de reconstrução, ir pra terapia, aprender a dizer não, se manifestar diante de várias questões, levar pouco ou nenhum desaforo pra casa… coisas que (dizem) caracterizam uma mulher forte.
Pois a mulher forte está cansada. A mulher forte, no caso eu, pretende se desfazer em 2025. Não sei se estou me desfazendo ou me refazendo em novo formato: a de mulher exausta que só quer silêncio. Talvez ambos. Sério, tô a ponto de fechar os olhinhos e só concordar com tudo.
Preguiça, gente, muuuita preguiça até de falar. Acho que talvez seja essa coisa de muita internet, muito som alto, muito falatório, muita luz piscando, Linkedin, sensibilidade demais, sentimentalismo demais, muita infantilização, muito segue o fio, e, por fim, muita vontade de quebrar uma parede no soco e sumir por ela. Se você nunca chegou assim na reta final do ano, saiba que tens o ouro da sanidade mental nas mãos.
Juro, a internet tá fritando meu foco, minha paciência, meu tempo, meu cérebro. Acho que estou sabendo coisas de mais das quais tenho interesse de menos. E eu preciso voltar a ler muito, escrever o dobro, caminhar mais e pegar mais sol. Preciso, definitivamente, voltar a ter meus momentos sozinha, que tanto prezo e que me recalibram tanto.
O problema é que eu nem me reconheço mais. Isso provavelmente faz parte das responsabilidades do amadurecimento, mas é um saco. E como disse minha querida amiga Flávia, meu medo é acabar me ressentido por isso. Este ano fui mais presente, mais decisiva, decidida e solicitada do que nunca, e o que isso sugou da minha bateria social eu nem estou sabendo dimensionar. Por isso a necessidade da pausa. Nessas horas, só o silêncio para reorganizar tudo aqui dentro.
Então, em 2025, eu preciso ser bem menos, pra ser bem mais. E não tem como fazer isso enquanto a luz pisca, o celular não para e eu não paro de arrastar pra cima. Eu quero é me arrastar pruma cama, isso sim. Mas não posso ser tão drástica assim. Porém, posso ser menos presente online, e até um pouquinho offline.
Essa é a coisa mais importante que sei de mim para o próximo ano, as outras vou contando depois. Escrevendo assim parece mais dramático do que na realidade é. Mas é real que preciso reorganizar as minhas prioridades, e, por mais aparecidinha que eu seja, tenho me questionado o quanto isso é saudável e o quanto isso tira de mim. Tenho sentido que muito.
Chá de silêncio: minha simpatia para 2025. Acho que talvez eu precise falar menos. Definitivamente eu preciso falar menor. Não aqui. Aqui, pretendo dobrar a ladainha. Mas na minha vida pessoal, nas minhas relações. Às vezes eu canso de mim e do que entrego pros outros. Assim como acredito que as pessoas também se cansem de me ouvir, afinal, não estou falando nada revolucionário ou algo tão essencial. Às vezes ajuda? Sim! Mas mééé, quem liga? Vai todo mundo vivendo, isso eu aprendi.
Enfim, é isso, taí minha resolução de ano novo: ir ali rapidão! Há partes de mim que precisam ser reencontradas.
Beijos, feliz ano novo! Nos vemos em 2025.

Uma dica (rsrs)
Esse texto da Ana Paula de Araujo me fez rir muito!
sermos menos pra sermos mais nós mesmas e silêncio é uma das resoluções de ano novo que eu aderiria, mesmo detestando resoluções de ano novo! hahahah
feliz 2025 pra nós! e fico MUITO feliz que vc curtiu o texto, brigadão pela citação <3
Nossa, mas me identifiquei taaaaantoooooo!!!